A Beatriz Silva Mourão, de 8 anos, fotografou este abelhão, aranha e lagarta a 28 de Abril no Pinhal das Formas, Palmela, e quis saber a que espécies pertencem. Três investigadores respondem.
“No último fim-de-semana (de Abril) andei a fotografar no meu jardim no Pinhal das Formas em Palmela. Descobri muitas abelhas a dançarem na borragem e na facélia, uma aranha na erva-cidreira e a maior larva gorducha que já vi enterrada perto da nossa feijoa grande, que depois voltei a enterrá-la noutro sítio. Acho que o abelhão é um bombus terrestris, a aranha e a larva não sei ao certo de que espécies são?”, perguntou à Wilder.
Além disso, deixou outra pergunta aos investigadores.
“Gosto muito de insetos e queria aprender mais. Podem-me recomendar um bom livro? Tenho oito anos e estes são os livros que eu possuo: “Maravilhas da Natureza” e o “Inventário dos Insetos” ambos da Virginie Aladjidi e do Emmanuelle Tchoukriel; e “Viva a Natureza! As Abelhas” de Andrea Quigley e Pau Morgan. Espero ansiosamente a vossa resposta!”
Este é o abelhão comum (Bombus terrestris).
Espécie identificada por: Albano Soares, Rede de Estações da Biodiversidade, Tagis – Centro de Conservação das Borboletas de Portugal.
Esta é uma das espécies de abelhões que podemos observar em Portugal e pode ser identificado pelas duas faixas amarelas vistosas e pelos pelinhos brancos que apresentam na extremidade. Os abelhões fazem parte do grupo das abelhas e vivem em colónias. São também importantes polinizadores.
As rainhas emergem no fim do Inverno e começam a fundar novas colónias de abelhões utilizando para isso buracos no subsolo, muitas vezes tocas de roedores abandonadas. Para isso, precisam de energia em abundância, pelo que podemos vê-las a alimentar-se de néctar nas flores, tendo particular preferência pelas flores da borragem. Quando já têm obreiras suficientes na colónia, são estas que passam a desempenhar esse papel.
Os abelhões-comuns estão muito ativos durante a manhã e final da tarde, evitando as horas de maior calor. São muitos os locais onde podemos ver esta espécie.
Tratar-se-á de uma larva de escaravelho-rinoceronte (Oryctes nasicornis).
Espécie identificada por: João Gonçalo Soutinho, coordenador do projecto de ciência cidadã VACALOURA.pt.
“A larva parece-me ser de escaravelho-rinoceronte (Oryctes nasicornis)”, respondeu João Gonçalo Soutinho.
Este é um dos escaravelhos maiores e mais pesados da Europa, podendo chegar aos seis centímetros de comprimento.
O seu corpo é de um tom castanho escuro. Os machos têm uma espécie de corno curvo que se revela muito útil nas lutas contra outros machos para conquistar as fêmeas.
Enquanto larvas, estes animais alimentam-se de madeira morta. Esta espécie passa cerca de dois anos em estado larvar e os adultos emergem entre Março e Maio.
Os escaravelhos adultos não se alimentam e vivem, normalmente, até ao Outono.
Trata-se de um opilião da espécie Phalagium opilio.
Espécie identificada e texto por: José Manuel Grosso-Silva, responsável pelas colecções entomológicas do Museu de História Natural e da Ciência (Universidade do Porto).
A “aranha” é, na realidade, um opilião. Este animal pertence a uma ordem diferente de aracnídeos, mas a confusão é compreensível. Uma boa pista para a separação é que o corpo das aranhas tem duas partes, com uma constrição (“cintura”) a meio e os opiliões não têm essa constrição.
Parece-me ser da espécie Phalagium opilio.
Quanto aos livros sobre insectos, José Manuel Grosso-Silva respondeu: “Os livros que a Beatriz menciona são muito bons. As minhas sugestões são para guias/livros em inglês: Insects of Britain & Western Europe (Michael Chinery) e Britains Insects: A Field Guide to the Insects of Great Britain and Ireland (Paul Brock). Há guias mais específicos, por exemplo para libélulas, borboletas e joaninhas (todos em inglês), cujos títulos também poderei indicar se a Beatriz estiver interessada.”
Agora é a sua vez.
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Explore a série “Que espécie é esta?” e descubra quais as espécies que já foram identificadas, com a ajuda dos especialistas.
O conteúdo Que espécie é esta: abelhão-comum também está disponível em Wilder.